Os desenhos japoneses
gozam de muita popularidade no mundo inteiro, seguindo a linha da tecnologia de
entretenimento que alegrou a infância de muita gente por meio dos videogames,
meio no qual os traços de animes eram reproduzidos. Quem é da época das
locadoras de cartuchos entende a preciosidade que eram as jogatinas de Super Nintendo
ou Mega Drive.
Relembrando esse mesmo
contexto da época, desenhos como Dragon Ball Z eram igualmente fascinantes,
prendendo a atenção dos jovens após chegarem da escola. Com a relação às lutas travadas
pelos personagens de Dragon Ball, elas costumavam gerar imitação no recreio, ou
seja, os personagens dos desenhos se transformavam em referências para todos os
meninos da sala e o impacto que esses produtos televisivos exerciam sobre a
mente infanto-juvenil era consideravelmente forte.
Crianças são como
esponjas, elas absorvem tudo que está ao redor. Adolescentes não fogem à regra
da imitação, que embora constitua fenômeno próprio do homem em todas as idades,
manifesta-se mais fortemente no início da vida, quando se recebe uma formação
cultural que será reproduzida para todo o restante de seus dias.
Portanto, o público
juvenil absorve e tende a reproduzir ações que mexem com suas fantasias,
principalmente se se tratar de algo que seus outros colegas demonstram estar
acompanhando e dando importância.
Vejam o exemplo do
famigerado Pânico na TV, este programa foi responsável pela maior proliferação
de mongolóides nas escolas brasileiras, porque as crianças e adolescentes
imitavam as mesmas brincadeiras que viam no programa. Metiam tapas na nuca uns dos
outros e gritavam para o Robinho pedalar, as presepadas que os participantes do
programa faziam eram também imitadas pelos adolescentes. O pânico retirou esses
elementos de um programa norte-americano, que também tinha seus participantes
metidos a fazer porra-louquice, em um show bizarro de exibicionismo patético,
como se ser um imbecil extravasado fosse o máximo da personalidade e do humor.
Com relação aos
desenhos, o costume de anime, então, havia sido introduzido para se instalar
com definitividade, não há mal algum nisso, era outra fonte de entretenimento,
porém algumas características vieram acompanhadas e merecem ser levantadas.
Partindo do pressuposto
de que a mídia de informação e entretenimento são capazes de fornecer modelos
ao público adulto, juvenil e infantil, a criança que se habitua a filmes
violentos de ação imita aqueles mesmos atos quando surge a oportunidade de
brincar com seus colegas, tenta inclusive os mesmos golpes e ataques, uma
simples observação de como as crianças se comportam ou mesmo recordação de como
qualquer um se comportava quando era criança basta para atestar isso como um
fato. Ao menos na época escolar, todos tendiam a assistir às mesmas coisas e
conversar desse fundo comum absorvido graças à televisão, o que reforça ainda
mais aqueles mesmos modelos sobre os quais giravam as brincadeiras e conversas.
Todos esses meios
grudam na consciência das pessoas e se transformam em padrões de comportamento.
Desnecessário dizer que os pais nem atinavam para essas questões, eles apenas
deixavam as crianças livres, expostas ao fluxo de influência (ao menos para a
maior parte das famílias). Portanto, a mídia tem o poder de fazer com que certos
objetos se tornem desejáveis, esse fato vale para as mercadorias direcionadas
ao público adulto, assim como para aquelas voltadas aos mais jovens.
Por volta de 2014 em
diante, um fenômeno interessantíssimo começou a acontecer, homens vestidos de
mulheres passaram fazer perfis nos aplicativos de namoro e bate-papo, na
primeira década do século XXI isso quase não existia. Quem dissesse algo sobre
transexual estaria falando sobre algo muito raro e que poderia mesmo ser
classificado como doença (antes da politização da psicologia e psiquiatria –
pela qual os respectivos conselhos proibiriam tratar do assunto da maneira
científica e sedimentaram um entendimento prestigiando o politicamente correto
e a pseudociência por ele encampada).
A pseudociência
conseguiu um grande avanço ao fazer com que os transtornos mentais relativos ao
sexo fossem descaracterizados da condição patológica, o que veio a ocorrer
entre 2018 e 2019, com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Fala-se em
“despatologização”[1].
Fato é que os homens
não rejeitaram esses modelos, alimentando a possibilidade de, quem sabe, se
satisfazerem com perfis afeminados, desde que não tenham quase traço algum
masculino restante. Por mais que sejamos dotados de um senso moral, os instintos
animais continuam existindo e as necessidades biológicas tendem a predominar no
mais das vezes. Basta o exemplo de que um homem encarcerado por anos, sem
contato sexual com mulheres, passa a se relacionar ou abusar dos outros
prisioneiros mais fracos.
Para melhor seguir essa
linha de entendimento, vale a pena olhar em retrospectiva para o início da fase
sexualizante, comumente referida como sendo de “descoberta do corpo”. Para o
pré-adolescente ou adolescente, uma das coisas mais deliciosas é ver aqueles
mesmos personagens dos desenhos como partícipes de situações eróticas,
principalmente numa fase de introdução a esses prazeres carnais, com o início
da masturbação.
Não somos otários aqui,
senhores, podemos dizer em alto e bom som que a maioria cresceu tendo acesso a
materiais pornográficos, dada a facilidade digital, talvez ninguém discutirá
que a internet entre 2006 e 2010 era marcada por ampla liberdade, com materiais
pornográficos podendo ser encontrados no próprio youtube. Um dos estilos mais
marcantes para jovens da geração Y (millenials) e Z foi o hentai, aquele no qual personagens de desenho são colocados em
circunstâncias sexuais explícitas.
Porém, dentre todos os
estilos de desenho existentes, podemos observar como especificamente no caso
dos animes os corpos dos personagens são belos, esbeltos, com cabelos caídos no
rosto, verdadeiras formas corporais idealizadas, tanto que não possuem pelos (o
que é perceptível até nos homens). Por isso mesmo, a impregnação de modelos
estéticos dos desenhos japoneses ocorreu até com certa facilidade, no início da
adolescência alguns desses traços são existentes no próprio público, que possui
lá seus 14 e 17 anos, o que facilita a identificação com a fantasia que é o
mundo dos animes. Por outro lado, aqueles que não possuem traços semelhantes
àquelas formas ideais podem sempre introjetá-las, construindo uma identidade
visual adaptada que sirva de avatar, no sentido de representação gráfica
embelezada da sua forma na vida real, este fenômeno de identificar-se com um
personagem é algo que ocorre.
No contexto do hentai,
subdividiam-se várias categorias, a partir das quais se podia observar algo
muito esquisito, por exemplo, havia a categoria do yaoi, apresentando os homens dos desenhos japoneses nas posições
submissas de mulher e, por outro lado, havia outro gênero de hentai forçando o
retrato de mulheres com pênis, era o futanari, um espetáculo do bizarro e
realmente grotesco. Nota-se, portanto, uma inversão curiosa nos papéis sexuais.
Parece não ser algo inocente e que visa apenas dar conteúdo masturbatório, mas
clara deliberação de bagunça de gêneros, mas isso é apenas uma tese não
comprovada, fruto de mera sugestão, uma observação que fica ao juízo dos
leitores em geral.
Os japoneses têm olhos
pequenos, eles criam personagens com olhos grandes. Eles são peludos, os seus
personagens são lisinhos, completamente depilados, até os masculinos, muitos
dos quais se parecem fêmeas extremamente comíveis. As japonesas são frígidas, sequer
riem mostrando os dentes, mas nos modelos reproduzidos nos desenhos fazem com
que mulheres busquem com vontade os personagens masculinos com proatividade,
sem que estes tenham que fazer nada para isso.
Sabemos do alto grau de
isolamento sexual da população masculina japonesa, o que deu origem ao caso dos
homens herbívoros, fenômeno também constatado em vários pontos do mundo
ocidental que passaram por um alto grau de infiltração das mulheres na força de
trabalho. Já há registro de casos nos
quais homens resolveram se casar com personagens de desenho, a tecnologia
providencia a personalidade compassiva que elas imitarão e que fora negada ao
homem no mundo dos fatos.
Ora, a busca por meios
alternativos de satisfação ocorre em todos os campos da vontade, não estando a
vontade sexual excluída desse fator. Dependendo do nível de restrições e
hostilidade, o sujeito busca substitutivos para satisfazer suas vontades, pode
ser inclusive por meio do uso de objetos, criação de entes inexistentes ou
mudanças pontuais em pessoas que realmente existem. A partir daí, acentua-se a dúvida sobre a
definição da matéria biológica ou mesmo questiona-se até que ponto são
necessários e complementares machos e fêmeas, talvez uma fórmula seja possível
na qual o homem possa viver livre da necessidade que, em última análise, só
poderia ser satisfeita com a participação feminina.
A disseminação de
modelos afeminados coloca o homem como potencialmente desejável sexualmente, se
atingidos certos graus de feminização. O heterossexual irá rejeitar homens
normais, peludos, com aparência de macho, mas tenderá a abrir exceções,
dependendo dos níveis de carência, se forem apresentados a ele tipos
andróginos. Aos que se apresentarem como extremamente machos e imunes à
armadilha que os homens mais tentados cairão, ainda assim pontuo ser esse um
fenômeno estatístico, existe um percentual dos que não aceitarão, mas
certamente há outro que irá aceitar e buscar os tipos andróginos.
Para as teorias de
gênero, o melhor dos mundos seria tornar as realidades biológicas de homem e
mulher como se fossem indiscerníveis, meras decorrências de convenções sociais,
por mais louco que isso realmente seja.
Colocando tudo na mesa,
vive-se numa sociedade com porcentagem considerável de homens que não fazem
sexo, portanto existe um desejo reprimido numa massa populacional masculina.
Por outro lado, é observado o povoamento de modelos de homens que podem se
passar por mulheres, a aplicação disso no campo prático é a proliferação de traps e femboys, ocorrendo uma feminização generalizada.
Esse intercâmbio sexual
tende a ser mais fácil nas grandes cidades, como as capitais dos Estados, em
São Paulo mais do que nas outras, tudo impulsionado pelos meios tecnológicos
como sites e aplicativos.
Sabe-se também que uma
das grandes agendas internacionalizantes é estimular as pessoas a práticas
homossexuais, o que, se realizado, provoca modificações nas convicções pessoais
dos envolvidos. Segundo o fenômeno da dissonância cognitiva, forçar certos
tipos de comportamento é também forçar modificações no campo psicológico do
sujeito que praticou a ação.
O fenômeno da
dissonância cognitiva (ou espiritualismo dialético) é explicado da seguinte
maneira no livro Maquiavel pedagogo de Pascal Bernardan:
“A teoria da dissonância
cognitiva, elaborada em 1957 por Festinger, permite perceber o quanto nossos
atos podem influenciar nossas atitudes, crenças, valores ou opiniões. Se é
evidente que nossos atos, em medida mais ou menos vasta, são determinados por
nossas opiniões, bem menos claro nos parece que o inverso seja verdadeiro, ou
seja, que nossos atos possam modificar nossas opiniões. A importância dessa
constatação leva-nos a destacá-la, para que, a partir dela, se tornem visíveis
as razões profundas da reforma do sistema educacional mundial. Verificamos
anteriormente que é possível induzir diversos comportamentos, apelando-se à
autoridade, à tendência ao conformismo ou às técnicas do “pé na porta” ou da
“porta na cara”. Os fundamentos que servem de base a esses atos induzidos
repercutem em seguida sobre as opiniões do sujeito, modificando-as (dialética
psicológica). Assim, encontramo-nos diante de um processo extremamente
poderoso, que permite a modelagem do psiquismo humano e que, além disso,
constitui a base das técnicas de lavagem cerebral” (...) “Uma dissonância
cognitiva é uma contradição entre dois elementos do psiquismo de um indivíduo,
sejam eles: valor, sentimento, opinião, recordação de um ato, conhecimento etc.”
Segundo Pascal:
A experiência prova que um indivíduo numa
situação de dissonância cognitiva apresentará forte tendência a reorganizar seu
psiquismo, a fim de reduzi-la. Em particular, se um indivíduo é levado a
cometer publicamente (na sala de aula, por exemplo) ou frequentemente (ao longo
do curso) um ato em contradição com seus valores, sua tendência será a de
modificar tais valores, para diminuir a tensão que lhe oprime. Em outros
termos, se um indivíduo foi aliciado a um certo tipo de comportamento, é muito
provável que ele venha a racionalizá-lo.
Essa racionalização a
qual Pascal se refere eu interpreto, no caso de que ora tratamos, com o fato de
que homens passam a justificar sua atração por femboys como se estes fossem
mulheres (portanto endossando a teoria de gênero – a pseudociência segundo a
qual mulheres trans seriam mulheres). Nutrindo o delírio de que homens que se
identificam enquanto mulheres são de fato mulheres, eles permanecem reconfortados
podendo-se dizer heterossexuais, porque em suas cabeças não praticaram nenhuma
viadagem ao terem relações com outros homens.
Mas a justificação pode
também envolver objetos, daí decorrendo as racionalizações de que bonecas e
personagens dotadas de inteligência artificial sejam tão substantivas quanto mulheres
de carne e osso. A racionalização tenta se fundamentar no subjetivismo e
idealismo, apegando-se à ideia que os seres humanos formam acerca uns dos
outros e que é essa ideia formada a partir do objeto das paixões. Logo, formada
a ideia a partir de bonecas e personagens, seria a mesma operação psicológica
caso fosse uma pessoa, pois o núcleo do afeto é a ideia formada, não o objeto
que a gerou.
Obviamente é um grande
erro filosófico, tanto que eles escolhem deliberadamente descartar a pessoa
real e escolher o objeto, percebe-se a diferença nítida entre um e outro, a
realidade se impõe para que a fantasia possa se sustentar e o modelo artificial
seja o escolhido definitivamente. É nada mais que um quebra-galho para suprir a
vazão sentimental que todo ser humano precisa.
A privação sexual é uma
das explicações do porquê de vários homens recorrerem a substitutivos do corpo
feminino. As sociedades feminizadas não são ambientes de liberação sexual, ao contrário,
nelas o mercado sexual é extremamente desregulado, anômalo, competitivo e
pernicioso, o modelo feminino é extremamente hostil, prostituído, tratando-se
de ameaça constante ao homem que resolva aceitá-lo visando um compromisso
sério, tudo isso sem precisar descer a minúcias quanto ao fenômeno da
hipergamia, que é uma realidade da sociedade contemporânea.
Existem outras
explicações tais como substâncias químicas hormonais introduzidas na
alimentação comum, embora eu não descarte essa possibilidade, não é o tema
principal deste escrito.
A impregnação de
modelos femininos nos homens gera mudanças comportamentais. Os modelos de
personagens que estão disponíveis na cultura igualmente se colocam como fatores
que devem ser levados em consideração, pois observando os personagens com
traços femininos, é impossível que o público adolescente não os observe como
potenciais meios de satisfação da vontade sexual. Existem personagens que
ganham a afeição do público, não seria exagero afirmar que alguns espectadores se
apaixonam por personagens de desenhos, isso geralmente ocorre na época da
adolescência e pré-adolescência, aliás, quanto mais cedo o ser humano toma
contato com mundos fantásticos, maior é a sua capacidade de imergir nele e
vislumbrar uma realidade paralela na qual ele próprio seria tão existente
quanto as suas personagens preferidas.
Tenha-se em mente que
as coisas que absorvemos nunca mais saem da nossa cabeça, elas podem ser
esquecidas, mas estão bem submersas, com a possibilidade de serem lembradas
posteriormente nas circunstâncias mais aleatórias.
Recentemente tem havido
uma série de produções representando rapazes asiáticos se pegando,
principalmente com traços coreanos. É a transposição para a realidade humana da
subcultura dos hentai yaoi, acumulada por anos. Teria sido o K-POP instrumental
para feminizar os rapazes? A hipótese faz sentido, porque os cantores desse
tipo de música são praticamente tão delicados quanto as fêmeas. Observo que o
mesmo problema que existe na sociedade japonesa existe também na sociedade
sul-coreana, a taxa de natalidade de ambas é pífia, incapaz de manter um país
forte, capaz de reagir a ameaças por falta de recursos humanos.
Vejam como progressivamente
os modelos vão se transmutando em realidade, com uma geração reproduzindo as
mesmas características afeminadas dos desenhos com padrões estéticos veiculados
nos recentes anos. É um fenômeno interessantíssimo.
Claro, as tendências
sempre existiram na história. Existem casos de imperadores que, ao enxergarem
um dos súditos com traços delicados, pegavam-no e o castravam, transformando em
um de seus amantes particulares.
Frank Mclynn relata
que, na época do Xogun Tokugawa, acontecia de os senhores feudais japoneses
tomarem muitos rapazes como amantes. Diz Mclynn em sua obra que: Em Sumpu, nesse meio tempo, Ieyasu
estabeleceu uma corte com todos os talentos. Embora recebendo relatórios
diários de Kyoto, por parte de seus agentes, ele dava demonstração de estar
retirado para cuidar de questões privadas, ocupado com seus passatempos
favoritos, caçar com falcões, nadar e praticar as artes da espada; gostava de
nadar ao redor do fosso de seu castelo como exercício diário. Esse também foi
um dos grandes períodos de Ieyasu como expoente da bissexualidade, quando
seguia a grande tradição japonesa do shudo ou pederastia; se tornaria
emblemático do xogunato Tokugawa o fato de a maioria dos grandes senhores (oito
entre dez homens adultos, de acordo com um estudo recente) tomarem rapazes
jovens como amantes. Tinha um sodomita favorito chamado Ii Manchiyo e era
criticado por passar tempo demais com seus parceiros de cama juvenis; um
estudioso japonês do século XVIII disse que Ieyasu foi "um sábio que não conseguia
controlar sua vida sexual". Tudo isso se dava adicionalmente à sua
atividade heterossexual, pois Ieyasu tinha 19 esposas e concubinas, com quem
teve 11 filhos e cinco filhas. (McLynn, Frank. Heróis e Vilões, p. 306 – versão digital)
Alexandre, o grande, possuía
seu amante homem. O imperador Nero havia castrado um dos rapazinhos que o
tinham agradado, mas Nero não é padrão de normalidade dos estadistas antigos.
Em todo caso, essa tendência remonta a séculos de história, sempre existiu e
sempre existirá.
O sistema cultural
atual deliberadamente bagunça os papéis sexuais e quer transmitir ao seu
público a ideia de que eles são fluídos, trata-se de fenômeno feito não apenas para
as pequenas elites, onde se poderia considerar natural uma dose de
excentricidade e extravagância, mas esse fenômeno tem pretensões de abarcar a
população como um todo, de maneira geral e amplificada pelos recursos
televisivos, acústicos, digitais, literários, enfim, por diversos modos. A
partir dessas influências culturais transmitidas por veículos variados, cada
qual poderá ser conduzido à conclusão de que talvez ao lado do jovem esteja o
coleguinha dele que pode satisfazê-lo da mesma maneira que a garota que o
rejeita satisfaria, bastando que sejam feitas determinadas adaptações.
O constante vício
masturbatório torna insuficiente os materiais pornográficos comuns, envolvendo
mulheres, o que faz com que o homem busque conteúdos mais intensos e
transgressores, numa espiral gradativa, passando a envolver violência ou mesmo
atividade sexual com outros homens, em circunstâncias afeminadas. Esse fato é
relatado por vários fóruns e grupos da internet. Que as pessoas se identificam
com animes, isso é fato, mas também o é que elas reproduzem os traços físicos e
mentais dos próprios personagens.
Os personagens
masculinos atraem, sem fazer nada, as mulheres bonitas, verifica-se uma série
de esquisitões forçados na realidade, eles imitam o ideal do personagem
ascético que não precisa fazer nada, como se ficando mudos estivessem exalando
o charme, da mesma forma que ocorre no desenho.
Assim também, vai se
acostumando em observar traços femininos nos homens reais, como existem
naqueles do campo da ficção. Ocorre um cruzamento estético que, por sua vez,
gera atrações cujos desdobramentos podem ser vários.
A correlação entre
animes e transexuais já foi constatada por Ray Blanchard, o que lhe rendeu a
alcunha de transfóbico pelos meios midiáticos, embora não se trate de estudioso
isolado sustentando essa posição.
Na verdade, o Dr.
Blanchard compartilhou em 2018 um artigo sustentando o efeito feminizante dos
animes, embora não tenha sido seu autor, foi atacado por ter dado endosso a
essa hipótese. Esse escrito, originalmente hospedado no site medium, foi
apagado do portal e teve de ser recuperado com o uso do internet wayback
machine. O artigo segue a linha investigativa do efeito psicológico pelo qual
os homens que assistem um gênero específico de anime, denominado de “garotas
fofas fazendo coisas fofas”, passam a se identificar com os modelos de
feminilidade representados pelas personagens, praticamente todas as
protagonistas desses animes são fêmeas, mas curiosamente o público que consome
esse tipo de conteúdo é composto por homens jovens. O artigo menciona que “O público-alvo oficial, na maioria das
vezes, é o segmento chamado seinen
— ou seja, garotos adolescentes e homens jovens (às vezes até homens mais
velhos). E é por isso que as personagens femininas são frequentemente
sexualizadas, seja de maneira sutil ou explícita. (Nem vou entrar aqui no
aspecto pedofílico desse tema.) Os japoneses parecem ter aprendido a
transformar em lucro toda essa feminilidade reprimida dos homens jovens”. (Masculinidade,
anime e disforia de gênero - Uma análise da identificação trans induzida
pela mídia. https://medium.com/@socjuswiz/masculinity-anime-and-gender-dysphoria-8d682abcec54)
A utopia dos corpos, a
confusão mental e a carência presente nas condições atuais, enfim, toda essa
linha de influências vai desde o seu modelo abstrato até o femboy de carne e
osso. Essa grande massa de modelos andróginos, constantemente apresentada nos
desenhos japoneses, moldou uma geração propícia a nutrir atração sexual por
afeminados. Isso não é necessariamente uma condenação, porque para que uma
sociedade possa condenar o homossexualismo é necessário que ela providencie
fêmeas normais, submissas e adequadas para o casamento, o que não faz. Dessa
forma, seria uma necessidade maior centralizar as críticas no modelo feminino
prostituído do que nas perversões sexuais que surgem como meras consequências
do mercado sexual desregulado. Mas que existe um coeficiente de feminização nos
animes, isso já é algo que podemos tomar como certo.
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