O PCO é um partido de linha comunista da velha guarda,
maoísta, defensor expresso dos modelos totalitários sem a mácula pós-moderna
irritante da via revolucionária frankfurtiana. Eles preservam o discurso da
luta de classes como originalmente formulado. A classificação extrema-esquerda
não é algo imputado pela imprensa ao PCO, ele próprio é quem assim se define em
seu site.
O grupo que viria a formar a Causa Operária proveio de uma
dissidência de natureza trotskista da Organização Socialista Internacionalista,
sendo que naquela época eles se denominavam Tendência Trotskista do Brasil
(TTB). O grupo Causa Operária se originou dessas rupturas internas do movimento
comunista e ganhou corpo desde então, figurando como uma vertente autônoma
dentro do macrossistema revolucionário, isso tudo na época de esgotamento
regime militar.
Estruturado em 1978, o Causa Operária manteve-se ativo,
integrou-se ao Partido dos Trabalhadores quando este se formou em 1980,
persistindo no contexto da luta sindical que se desenvolvia quando das greves
do ABC. Desentendimentos com a maneira pela qual o Partido dos Trabalhadores
conduzia o movimento ocasionaram a expulsão do grupo em 1992. Nessa época,
formou-se uma Frente Revolucionária, que daria origem ao PSTU e da qual eles
também seriam afastados.
Sempre foram jogados de escanteio pelos grupos socialistas e
tiveram que se virar com a sua própria panelinha, encabeçada por Rui Costa
Pimenta. Conseguiram adquirir estrutura partidária em 30 de novembro de 1995,
ou seja, passados 17 anos após adquirirem consistência grupal.
O PCO não tem deputado ou governador algum, não consegue
eleger ninguém, mas tem uma máquina partidária; a direita possui deputados,
governadores, já ganhou a Presidência, mas não controla nenhum partido do
sistema eleitoral brasileiro, dependendo de siglas de aluguel que podem ser
abandonadas após o candidato conquistar um cargo majoritário. Não existe no
panorama brasileiro um partido político a exemplo do CHEGA de Portugal,
liderado por André Ventura. A direita é grande, mas com pouca articulação; o
PCO é pequeno, mas bem organizado.
A infecção marxista que o Rui Costa Pimenta sofreu em sua
juventude se tornou um problema crônico e ele se tornou irrecuperavelmente comunista
ao longo das décadas. Só poderia mudar por milagre, algo que eu nunca vi
acontecer.
Passando ao século XXI, quando o sistema oligárquico começou
a perseguir patriotas, o PCO denunciou a perseguição, o que levou alguns no
campo conservador a encarar o partido com simpatia. “Não aguento concordar com o PCO” era o lema.
Também a defesa do porte de armas se apresentou como algo inusitado,
mesmo uma espécie de respeito para os comunistas de velha guarda, contrastados
aos degenerados da Nova Esquerda norte-americana ou eropeia.
O PCO também tem proferido condenações à lei maria da penha
como imposição imperialista.
O PCO se mostra favorável à liberdade dos patriotas porque se
encontra alijado do poder e a sua influência é parca. Embora a esquerda domine
o cenário atual, não existe uma igualdade entre os grupos revolucionários na
determinação de como será conduzida a revolução. Ora, não estando em posição de
vantagem, eles aparecem simpáticos aos conservadores, que correm para defender
o PCO quando este sofre alguma injustiça. Ele se aproveita do senso de justiça
da maioria conservadora que corre em defesa da minoria comunista oldschool,
contrária às pautas da estratégia global esquerdista no Ocidente.
No entanto, e se o PCO fosse maioria, ele abdicaria de
perseguir alguém? Isso seria negar toda a trajetória do movimento que Rui Costa
Pimenta apoia.
Conclusão: quando eles são minoria, eles defendem a liberdade
burguesa; por outro lado, quando são maioria, eles próprios a descartam e
eliminam os adversários ao estilo maoísta. Sendo minoria, eles não estão em
condições de ajudar nenhum movimento patriótico democrático, mas se fossem
dominantes, seria a garantia do fim desses próprios direitistas. São simpáticos
aos patriotas quando não podem fornecer ajuda efetiva, mas se estivessem
investidos de poder, portanto na condição de ajudar, terminariam o serviço de
cortar gargantas dos presos políticos, que evidentemente seriam não só
conservadores, patriotas, direitistas, como também outros grupos esquerdistas selecionados
a essa cota de sacrifício que todas as revoluções impõem aos seus simpatizantes.
Por isso o PCO não merece apoio.
Cenas recentes do Rui Costa Pimenta em tratativas com
representantes do Hamas já deveriam ser previsíveis. É preciso manter o equilíbrio
de forças e não conceder tolerância a quem defende uma tradição democida com
uma cifra de mais de 100 milhões de mortos.
Dentre os agrupamentos políticos, existem aqueles que podem
ser trabalhados para fazer parte de um projeto de poder e outros que, por mais
simpáticos que se mostrem, são incompatíveis com anticomunismo que deve marcar,
necessariamente, todos os movimentos patrióticos e conservadores.
Não deixa de ser irônico a existência de virgens de
prostíbulo que fazem jorrar imprecações quando alianças temporárias são
formadas com o tal “centrão”, mas em seguida prestam homenagem a elementos de
esquerda que tiveram o cuidado de mascarar suas palavras de maneira a torná-las
mais palatáveis aos ouvidos. O maior defeito do centrão é a sua maior utilidade,
o de ser prostituta. A maior qualidade do PCO é o seu maior defeito, ter
integridade ideológica, portanto é 100% comprometido a suas finalidades
comunistas e cortará o pescoço dos seus adversários quando puder fazê-lo.
Quando Luís Inácio estava em vias de ser preso pelo juiz
Sergio Moro, Costa Pimenta disse que “Não podemos baixar a cabeça diante de um
vigarista aí que visivelmente trabalha para potências estrangeiras prender o
principal dirigente popular do país”. E mais: “As pessoas devem cercar o Lula,
precisa ter 50, 60, 100 mil guarda-costas e ninguém pode chegar nem perto
dele.”[1]
Costa Pimenta utiliza o mesmo vocabulário dos
pseudonacionalistas — palavras como “entreguismo” e “potências estrangeiras” —
para dar a impressão de que é um defensor da soberania nacional. Mas não passa,
como o comunista que é, de um militante fiel à causa da revolução
internacional.
Consegue disfarçar-se de nacionalista, mas com grande dificuldade, pois, com a
foice e o martelo estampados na testa, fica evidente que seu patriotismo é de
fachada — como o de todos os comunistas e esquerdistas.
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